segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Solidão

Não sei como escrever
O que não sinto
Ou se sentir fosse fácil,
Dizer que minto
Ao sentir esse insípido
Nada sentir

E desprender-me
Tentei por vezes e falhei
De um nada amar que me magoa
Tentei chorar e não chorei
Por esse nada amar, a mim mesmo magoei,
Por nada sentir

Tentaste ler e não leu
Ou então, viraste o rosto a quem pediu,
Que num súbito amor frágil
Amor trêmulo, infantil
Fosse escrito em papel de anil
Um nada sentir

O que magoa o tenro corpo
É o velho coração
Cansado de ver em outro
O florescer de uma paixão
Em quanto em sua mão
Emerge o nada sentir

***

Aquele nada sentir
Que outrora tanto atordoou
Tanta falta faz agora
Um louco tormento que retornou
Fazendo tolo aquele que chorou
Por tanto sentir

Deturpado fico aqui
Amor dos fracos que se renderam
Pode-se achar a vida nos piores momentos
Mas todos os que viveram
Esse langor, ao destino responderam
-Que falta mo faz, o nada sentir